PROJETO: CANTANDO, BRINCANDO E ENCANTANDO
PROFESSORAS: ELIANA E THAISY
TURMA: CRECHE II A
O Projeto “Cantando, Brincando e Encantando” foi
desenvolvido no CMEI Ciranda do saber, pelas professoras Eliana Lopes Fontoura
e Thaisy Weinert Pinheiro, com os vinte e seis alunos da creche ll A no período de Maio a Setembro de 2012.
Este Projeto abordou cantigas de roda, como um dos
fatores fundamentais ao desenvolvimento das aptidões físicas e mentais da
criança, sendo um agente facilitador para que esta estabeleça vínculos sociais
com os seus semelhantes, descubra sua personalidade e aprenda a viver em sociedade.
Percebemos que as crianças demonstram interesse e alegria
nos momentos das rodas cantadas e brincadeiras, interagindo e participando com
entusiasmo, a partir desse envolvimento resolvemos iniciar o Projeto “Cantando,
Brincando e Encantando”.
Surgiu então a necessidade de abordarmos o assunto
"jogos e brincadeiras infantis" não apenas como simples entretenimento,
mas como atividades que possibilitam a aprendizagem de várias habilidades. Muitas brincadeiras foram adaptadas ao meio
em que a criança vive, mas o folclore infantil resiste heroicamente à
modernidade, às suas ideologias e tecnologias. Em todos os meios de comunicação as cantigas e brincadeiras
cantadas sob a influência da família ou dos professores fazem com que as
crianças sejam estimuladas desde muito cedo, desenvolvendo o gosto musical.
O abandono da prática dos brinquedos cantados e a
inserção dos brinquedos tecnológicos tem levado a criança ao isolamento em
relação a família e a sociedade, pois a vida da criança tem sido colocada na
vida dos adultos.Os pais por não disponibilizarem de tempo, criam uma agenda de
atividades preenchendo todo o tempo das crianças não sobrando tempo para as
brincadeiras , com isso a prática das brincadeiras populares vão se
distanciando cada vez mais das crianças tornando as sem uma infância feliz.
As cantigas de roda são basicamente
folclóricas. As letras, melodias e ritmos são bastante lúdicos, envolvendo de
maneira coletiva várias brincadeiras, danças e trava-línguas. As cantigas de
roda foram ótimas para a socialização e
desinibição da criança ao provocar o olhar frente a frente com o outro, o toque
corporal, e a exposição consentida; pois em muitas das cantigas a criança
colocou-se ao centro da roda e onde foi
visto por todos. Além disso, desenvolvemos também o senso rítmico pela música e
pelo movimento corporal que ela cria.
À medida que a criança ampliava suas
experiências e cresce, as brincadeiras cantadas foram tomando uma dimensão mais
socializadora, os participantes se encontram, tinham uma atividade comum e
aprenderam a coexistência com tudo que
lhes possibilita aprender, como a lidar com o respeito mútuo, partilhar
brinquedos, dividir tarefas e tudo o que implica numa vida coletiva.
O meio ambiente foi estimulado tanto a
atividade mental como emocional, pois é isso que fez crescer a delicada rede de
conexões que aflorou o desenvolvimento cognitivo.
Identificar os próprios gostos e
preferências, conhecer habilidades e limites, reconhecer-se como um indivíduo
único, no meio de tantos outros igualmente únicos. Esse processo de
autoconhecimento, que tem início quando nascemos e só termina no final da vida,
é influenciado pela cultura, pelas pessoas com as quais convivemos e pelo
ambiente. A escola, assim, tem papel fundamental na construção da identidade e
da autonomia de cada criança. Segundo o Referencial Curricular Nacional para a
Educação Infantil. Ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar
brinquedos rítmicos, jogos de mãos etc., são atividades qual despertam,
estimulam e desenvolvem o gosto pela atividade musical, alem de atenderem a
necessidades de expressão que passam pela esfera afetiva, estética e cognitiva.
As cantigas de roda, também conhecidas como
cirandas são brincadeiras que consistem na formação de uma roda, com a
participação de crianças, que cantam músicas de caráter folclórico, seguindo
coreografias. São muito executadas em escolas, parques
e outros espaços frequentados por crianças. As músicas e coreografias são
criadas por anônimos, que adaptam músicas e melodias. As letras das músicas são
simples e trazem temas do universo infantil. Cantigas de
Roda são um tipo de canção popular, que está diretamente
relacionada com a brincadeira de roda. A prática é comum em todo o Brasil e faz
parte do folclore brasileiro. Consiste em formar um grupo com várias crianças,
dar as mãos e cantar uma música com características próprias, como melodia e
ritmo equivalentes à cultura local, letras de fácil compreensão, temas
referentes à realidade da criança ou ao seu universo imaginário e geralmente
com coreografias.
Elas também podem ser chamadas de cirandas, e
têm caráter folclórico. Esta prática, hoje em dia não tão presente na realidade
infantil como antigamente devido às tecnologias existentes, é geralmente usada
para entretenimento de crianças de todas as idades em locais como colégios,
creches, parques, etc.
Há algumas características que elas têm em
comum, como por exemplo a letra. Além de ser uma letra simples de memorizar, é
recheada de rimas, repetições e trocadilhos, o que faz da música uma
brincadeira. Muitas vezes fala da vida dos animais, usando episódios fictícios,
que comparam a realidade humana com a realidade daquela espécie, fazendo com
que a atenção da criança fique presa à história contada pela música, o que
estimula sua imaginação e memória. São os casos das músicas “A barata diz que
tem”, “Peixe vivo” e “Sapo Jururu”. As cantigas hoje conhecidas no Brasil têm
origem européia, mais especificamente de Portugal e Espanha. Não é notável,
porém, esta origem, pois as mesmas já se adaptaram tanto ao folclore brasileiro
que são o retrato do país.
Segundo os RCNI, as rondas ou brincadeiras de
roda integram poesia, música e dança. No Brasil, receberam influência de várias
culturas, especialmente as lusitana, africana, ameríndia, espanhola e francesa:
“A moda carranquinha”, “Fui no Itororó”, “Você gosta de mim”, ”A linda rosa
Juvenil”, “ A canoa virou”, Ou “Terezinha de Jesus”.
A dança circular tem tudo a ver com a
proposta dos jogos cooperativos, pois servem para unir pessoas em torno de um
objetivo comum, tornando-se mais uma estratégia rumo a uma pedagogia
cooperativa.
Trabalhando de mãos dadas, conseguimos passar
confiança uns para os outros, apoio mútuo, acolhida sincera e cooperação. A
energia também pode circular entre os participantes e tornar a todos preparados
para a dança e também para vida. O círculo simboliza a unidade e a totalidade ,
e também não existem melhores ou piores, todos comungam de um mesmo
ideal.Também assistimos ao grupo em busca de uma harmonia em que todos se
ajudam para superar os erros. Para Reinaldo Soler, antes de uma dança circular
partimos do caos para alcançar a organização, em que a colaboração de cada um é
essencial para vitória de todos.
No Brasil, temos várias expoentes que estudam
e difundem a proposta das danças. Segundo Barreto, a prática da dança traz alguns
benefícios, entre eles o fortalecimento das necessidades que cada um tem de
ocupar o seu lugar no espaço.
As cantigas de roda são de extrema
importância para a cultura de um local. Através dela dá-se a conhecer costumes,
cotidiano das pessoas, festas típicas do local, comidas, brincadeiras,
paisagem, flora, fauna, crenças, dentre muitas outras coisas. O folclore de
determinado local vai sendo construído aos poucos através não só de cantigas de
roda, mas também de histórias populares contadas oralmente, cantigas de ninar,
lendas, etc.
De acordo com Cascudo (1988), autor que se
destaca pelo seu brilhante estudo e grande empenho a respeito do assunto, as
cantigas de roda tem um caráter constante. “(…) apesar de serem cantadas uma
dentro das outras e com as mais curiosas deformações das letras, pela própria
inconsciência com que são proferidas pelas bocas infantis.” (ibid., p 676).
Elas são transmitidas oralmente abandonadas em cada geração e reerguidas pela
outra “numa sucessão ininterrupta de movimento e de canto quase independente da
decisão pessoal ou do arbítrio administrativo.” (ibid., p. 146 )
A modernidade tem muitas e muitas vantagens. Os computadores e a
Internet permitiram aos educadores ter um acesso muito mais ligeiro e variado a
fontes de pesquisa e aperfeiçoamento. Com o uso da Web e de todos os seus
recursos podemos elaborar estratégias, incrementar nossas aulas, variar
instrumentos e, principalmente, encantar mais nossos alunos. Ao usarmos filmes
e músicas gravadas em CDs podemos não apenas interessar mais os estudantes nos
tópicos que estamos retratando, há também a possibilidade de desencadear
inúmeros projetos que podem nos ajudar a efetivar a educação.
Mas, ao mesmo tempo em que desfrutamos de todos esses importantes
recursos não devemos abrir mão de ferramentas e práticas que fizeram tanto
sucesso num passado próximo ou longínquo. Pelo contrário, devemos tentar
atualizar sua utilização de forma a transformá-los em instrumentos que nos
possibilitem mexer com os estudantes, fazê-los colocar a mão na massa e,
literalmente, permitir que eles interajam com o mundo real.
Iniciamos
nosso projeto com a música “Se eu fosse um peixinho” trabalhamos atividades de
pintura, dobradura, colagem e chamada com o peixinho Nemo.
Fizemos uma
almofada de peixinho onde as crianças
desfiaram fibra para preecher os espaços vazios,na confecção do jogo de boliche
ultilizamos papeis em diferentes cores.
Na música
‘Fui morar numa casinha”brincamos de esconde esconde na barraca, fizemos uma
parede de espuma com jogo de encaixe ultilizando tampinhas de amaciante.
Cantamos a
música “Casa muito engraçada” e confeccionamos com as crianças o jogo de
encaixe com formas geometrica com sucata
e construimos uma casa em forma de quebra cabeça.
Depois de cantar a música ‘Ciranda cirandinha’
confeccionamos com as crianças um tapete com a identidade de cada criança e
cantamos a música brincando de roda.
Após cantar a
música “Coelhinho da Páscoa” cada criança confeccionou o seu coelho com rolo de
papel, brincamos e exploramos movimentos e representações. Trabalhamos as
cores vermelho, azul e amarelo com as
crianças. Com a chegada do dia das mães trabalhamos a dramatização da música ‘A
linda rosa juvenil”, fizemos fantasias para que cada criança pudesse se caracterizar.e para incrementar
presenteamos as mamães com um lindo cartão desenhando a nossa mãozinha e
colando flores em diversas cores.
Com a colaboração da professora Leila Mileski ,
organizamos um dia de atividades que proporcionou momentos de interação com
todas as turmas e funcionários.Realizamos atividades relacionadas à música e
cantigas de roda com as turmas de 0 a 3 anos de idade no solário e continuamos com as demais turmas de 4 a 5
anos no pátio do Cmei .
Depois de cantar a música ‘Sai sai peixinho da lagoa
confeccionamos o acqua play com
brinquedos onde foi coletado e agrupado
pequenos objetos que associavam números a quantidade, exploramos partes do
corpo criando novos desenvolvendo a cooperação e o respeito entre colegas de
turma.
Cantamos a música O trem maluco, passeamos pelos trilhos
do CMEI até chegar ao trem da alegria da professora Etelvina. Nos divertimos na
melodia Lá vem o trem com a creche III B.
Enchemos
caixinhas de leite com jornal amassado
para confeccionar os vagões do trem , pintamos rolinhos de tnt com tinta guache
e brincamos com fantoches de vara corelacionando numeros e quantidades.
Na cantiga
atirei o pau no gato trabalhamos a identidade , cada um procurou o seu nome no
tapete pedagógico.Construimos um gato
com materiais recicláveis.
Na música ‘Não atire o pau no gato” conscientizamos as
crianças a terem cuidado com seus animais domésticos, e brincamos com o jogo
cai, cai gatão.
Manipulamos diferentes papéis de variadas
cores levando a criança a criar seu gato.Cantamos a música e exploramos sons de
animais.
Decoramos a sala com um
lindo painel de festa junina utilizando diferentes técnicas como :mosaico com papel, pintura
esponjada e serragem. Cantarolamos
Cai cai balão desenvolvemos variados gestos, nos caracterizamos e participamos
e degustamos comidas típicas de festa junina do CMEI.
Na integração família, aluno
realizamos uma manhã de brincadeiras com
pais e alunos no bosque da igreja São Judas.Contamos com a cooperação dos
pais cuidando e brincando junto com as
crianças , no qual foi muito divertido.
Cantamos roda cotia ,brincamos de corrida do sapato vaolrizando o esquema
corporal. Na
músicas “Essa é a história da serpente” nos divertimos no parquinho enchemos garrafas para
confeccionar uma serpente.
Realizamos brincadeiras de roda
cantando a música Essa é a história da
serpente , estabelecendo vínculos afetivos convidando os colegas para formar a
serpente.
Modelamos serpentes de diferentes
tamanhos, cores e espessuras, desenvolvendo a coordenação motora, imaginação e
a criatividade das crianças.
Com a cantiga carneirinho carneirão
trabalhamos diferentes texturas, na construção de um quebra cabeça no espaço do
soninho.
Depois
de cantar a música ‘Fui no mercado “ confeccionamos uma caixa de encaixe com
partes do corpo que foram pintadas por nossos alunos.Ainda na música Fui no
mercado relacionamos itens como paisagens e animais que compõem a natureza
utilizando de materiais reciclados , pintura e colagem.
Para
finalizar o projeto realizamos a caixa Qual é a música ?,trazendo dentro
objetos e pequenos brinquedos que representavam
as músicas trabalhadas no
decorrer do projeto, onde as crianças cantarolavam a música a que se associava
ao brinquedo.
A avaliação do processo de ensino e
aprendizagem das atividades desenvolvidas no Projeto Brincando Cantando e
Encantando priorizou tanto os aspectos qualitativos quanto os quantitativos.
As atividades realizadas enriqueceram
as ações do nosso projeto unindo esforços e participação da família de nossos
alunos que foram envolvidas e conscientizadas sobre o que seus filhos estavam
aprendendo. Também tivemos a colaboração
da equipe , funcionários e professores estimulando ao desenvolvimento do
projeto e cooperação de todos.
Exploramos e vivenciamos experiências
sensoriais e corporais através das cantigas de roda e jogos cooperativos, em
que a criança percebeu que pode agir de outra forma, senão a forma competitiva,
enfatizando a dimensão do ser criança, expressão dos seus gestos, movimentos,
brincadeiras, linguagem própria e
elementos advindos da cultura onde está inserida.
Encerramos o projeto com a reflexão
sobre o processo avaliativo este sendo considerado como ponto importante
verificando avanços no desenvolvimento das crianças.