PROJETO: NOS TRILHOS DO CONHECIMENTO
PROFESSORAS: ETELVINA E SILMARA
TURMA: CRECHE III B
O Projeto foi desenvolvido com a turma da creche III B do
Centro Municipal de Educação Infantil Ciranda do Saber, pelas professoras
Etelvina da Apª Oliveira Souza e Silmara J. C. Marcondes, com 25 crianças na
faixa etária entre 3 e 4 anos, no período de abril a agosto de 2.012.
O
tema abordado surgiu devido à grande euforia demonstrada pelas crianças no
momento em que o trem passa o que, geralmente, coincidia com o horário de café.
Dessa forma, observamos que as crianças, no geral, gostam do trem e demonstram
interesse através de brincadeiras, pois o mesmo acaba fazendo parte do dia a
dia do CMEI. Percebemos que mesmo o trem estando presente no cotidiano da
comunidade, pouco conhecimento se tinha a respeito do mesmo. Assim o projeto
proporcionou conhecimentos através do brincar e de situações reais que nos
cercam, tornando-os mais significativos para os educandos e despertando sua
curiosidade, natural dessa faixa etária.
Tivemos
como objetivos em nosso projeto estimular a curiosidade; analisar e interpretar
o cotidiano da comunidade; pesquisar a relação entre o trem e o ambiente;
despertar o espírito crítico e investigativo; ampliar a noção temporal e
espacial; explorar meios de transporte e suas diferenças básicas; diversificar
formas de conhecimento; incluir e acolher a família no aprendizado do aluno;
identificar diferentes formas de locomoção; desenvolver a criatividade, a
fantasia e socialização; reconhecer formas, cores e tamanhos; incentivar
hábitos de cuidados com objetos; possibilitar o desenvolvimento da autonomia e
domínio do corpo; expressar gestos e movimentos através da música. Segundo os
Rcn’s, o espaço na instituição de Educação Infantil deve propiciar condições
para que as crianças possam usufruí-lo em beneficio do seu desenvolvimento e
aprendizagem. Deve ser pensado de acordo com as necessidades dos alunos e dos
projetos desenvolvidos. Os vários momentos do dia demandam de espaço livre para
movimentação corporal ou ambientes para aconchego ou maior concentração. Nas
salas, a forma de organização pode comportar ambientes para jogos, artes, faz
de conta, leitura etc.
Os brinquedos
constituem-se, em objetos privilegiados da educação das crianças. São objetos
que dão suporte ao brincar e podem ser das mais diversas origens, materiais,
formas, texturas, tamanho e cor. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver
capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a
imaginação. Para Friedrich Froebel, as brincadeiras são o primeiro recurso no
caminho da aprendizagem, não são apenas diversão, mas um modo de criar
representações do mundo concreto com a finalidade de entendê-lo. O educador
acreditava que as crianças trazem consigo uma metodologia natural que as leva a
aprender de acordo com seus interesses e por meio de atividade prática.
O
desenvolvimento da linguagem oral e escrita na criança se da por meio de
atividades atraentes, num ambiente aconchegante, livros de diversos gêneros, de
diferentes autores, revistas, histórias em quadrinhos, jornais, fantoches,
dedoches, máscaras para serem utilizadas durante dramatizações de histórias,
estes materiais devem estar a disposição das crianças para serem manuseados. A
aprendizagem em relação aos cuidados no manuseio desses materiais implica em
procedimentos e valores que só poderão ser aprendidos se as crianças puderem
manuseá-los. Desta maneira Maria Montessori nos faz refletir que o caminho do
intelecto passa acontece por meio do movimento e do toque que as crianças
exploram e decodificam o mundo a seu redor, as crianças aprendem melhor pela
experiência direta de procura e descoberta. “A criança ama tocar os objetos
para depois reconhecê-los”.
As
crianças pequenas estão começando a conhecer o mundo e a estabelecer as
primeiras aproximações com ele. As situações cotidianas oferecem festas, as
histórias oportunidades privilegiadas para o trabalho com a especificidade das
ideias matemáticas. As festas, as histórias e, os jogos e as brincadeiras
permitem a familiarização com elementos espaciais e numéricos, sem imposição.
As modificações no espaço, a construção de diferentes circuitos de obstáculos
com cadeiras, mesas, pneus e panos por onde as crianças possam engatinhar ou
andar, subindo, descendo, passando por dentro, por cima, por baixo, permitem a
construção gradativa de conceitos matemáticos, dentro de um contexto
significativo, ampliando experiências. As brincadeiras de construir torres, pistas
para carrinhos e cidades, com blocos de madeira ou encaixe, possibilitam
representar o espaço numa outra dimensão.
Foram realizadas diversas atividades em nosso projeto,
dentre elas algumas merecem destaque:
Realizamos uma caminhada até o pátio no momento em que o
trem passa para que as crianças pudessem observá-lo. Foi grande a euforia das
crianças.
Passamos para a organização dos espaços, relacionados com
o tema, criando assim a estação brincando com os números, nesse espaço os alunos
tiveram contato com jogos tais como: boliche feito com garrafas pet e tinta
guache; lego; um tapete em forma de
trilho, feito com papelão, EVA, fita adesiva na cor preta, tinta guache na cor
verde, fita adesiva, plástico transparente, esse tapete tem uma amarelinha no
centro, onde as crianças se divertiam pulando a amarelinha e identificando os
números; um trem com tampinhas, feito com potes de sorvete, EVA, tampinhas, onde
as crianças puderam conhecer as cores, classificá-las e usar a imaginação; além
de um barril com brinquedos: ursos, bonecas, carrinhos, para decorar o barril
usamos tinta verde, EVA, lã colorida.
Esse
é o espaço Brincando com a Imaginação, confeccionamos um tapete usando papelão,
TNT, EVA, fita adesiva e plástico transparente, decoramos o tapete com a musica
Piuí, Piuí, Piuí; também confeccionamos um alfabeto em forma de móbile, usando
para isto: elástico colorido, brinquedos e objetos, em cada elástico foi
pendurado uma letra do alfabeto e também um brinquedo ou objeto cujo nome
iniciasse com a letra correspondente, por exemplo: letra P=PEIXE, foram
disponibilizados duas barricas com livros e revistas onde as crianças tiveram a
oportunidade de manuseá-los.
Passeando no trem da alegria: aproveitando a visita do
trenzinho da alegria em nossa cidade, levamos as crianças para passear,
Realizamos uma visita a estação ferroviária, onde os
alunos puderam andar sobre os trilhos desativados, também realizamos uma
entrevista com o responsável para saber mais a respeito do trem.
O que será que tem dentro desse trem? Com a entrevista
realizada descobrimos que o trem sai de Ponta Grossa e vai até Telêmaco Borba
buscar papel. Fizemos uma roda de conversa com os alunos, para relembrar o que
aprenderam, em seguida a professora desenhou um trem e os alunos colaram papel
picado sobre os vagões.
Montamos o painel referente ao projeto, juntamente com os
alunos, representando assim o espaço em relação ao trem.
Com
auxílio das estagiarias Helen e Wandreza, confeccionamos um trem usando caixas
de papelão, TNT colorido, EVA, em cada vagão montamos um espaço: vagão da
imaginação, vagão brincando com números, vagão das brincadeiras, em seguida recortamos
as portas no formato de círculo, triângulo, retângulo e quadrado, depois
fizemos grupos de alunos para colorir com tinta guache as portas. Logo após as
crianças brincaram de encaixar as portas nos vagões, identificando assim as
cores e formas.
É hora de viajar nesse trem! Esse foi o primeiro momento
em que os alunos entraram e brincaram pra valer no trem, cantaram músicas como:
O trem maluco, Piuí, piuí, piuí, O trenzinho de Jesus, Na estação cedo de
manhã... Em seguida registraram o trem em forma de desenho.
Na brincadeira da serpente, realizada no pátio do Cmei, cada
aluno colou o seu nome nos trilhos, tendo de procurá-lo dentre os nomes de seus
colegas. Foi uma atividade onde as crianças desenvolveram a percepção visual e
auditiva e linguagem oral e escrita, tendo assim o conhecimento do seu nome.
Explorarando o trilho do CMEI, andaram sobre
ele, cantaram diversas músicas e se divertiram de montão.
Piuí,
piuí, piuí, coloque a mão no meu ombro: Essa foi uma das músicas cantadas pela
professora e alunos em diferentes momentos, mas sobretudo na hora de se
organizar para ir ao refeitório.
Piuí, piuí, piuí abacaxi, choc, choc, choc, choc por
aí... Fomos até a sala do Pré I A, para contarmos aos alunos um pouco sobre o
nosso projeto, cantamos a música trenzinho de Jesus e convidamos a turma para
brincar no trem. Neste dia, tivemos a visita da turma da creche II A, e do Pré
II A que participaram da nossa viagem de
trem.
Ouvir, recontar, dramatizar... Foi uma atividade em que a
professora contou a história do quadradinho, onde envolveu as formas
geométricas e as cores podendo assim reconhecerem e identificarem as mesmas
através da confecção de máscaras, livros e das brincadeiras.
Para
melhor assimilação das atividades apresentadas, mostramos para as crianças os
filmes referentes ao projeto: “O trem e a vaca, o trem de ferro, Thomas e
friends e o trenzinho de Jesus “ que além de desenvolver a percepção visual e
auditiva, trouxe conhecimento sobre o trem.
Durante o
desenvolvimento do projeto percebi que os alunos já se tornaram bastante
independentes, já tem autonomia para realizar as brincadeiras que aprenderam,
adoram cantar e fazer coreografia das músicas trabalhadas. O projeto também
ampliou o conhecimento e o interesse pelas histórias e dramatizações. Através
dos jogos e brincadeiras as crianças vivenciaram uma série de situações
envolvendo números, cores, relação entre quantidade, classificação de objetos,
comparações, o que aproximou os alunos das noções matemáticas presentes no seu
cotidiano.
REFERÊNCIAS
Nova escola, revista, edição especial nº 25, págs: 48 49
e 66.
Rcn’s, Linguagem Oral, vol III, pág: 155 156.
Rcn’s, Matemática, vol III, pág: 213 e 235.
Rcn’s, Jogos e Brincadeiras, vol II, pág: 49.
Rcn’s, Versatilidade
do espaço e Recursos materiais